Na manhã desta segunda-feira (29), agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) e do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), vinculados ao Ministério Publico do Estado do Pará (MPPA), deflagraram uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em onze endereços localizados nas cidades de Belém, Ananindeua e Santa Izabel do Pará.
Já na tarde desta segunda, o prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel Santos, se manifestou nas redes sociais sobre a operação e confirmou que o Hospital Santa Maria de Ananindeua (HSMA), do qual é proprietário, foi alvo da ação do Ministério Público durante a manhã.
CONTEÚDO RELACIONADO:
- Ex-servidores do IASEP favoreciam hospital em Ananindeua
- Dr. Daniel pagou R$ 71,5 milhões ao próprio hospital
Após a operação, o prefeito Dr. Daniel ainda declarou que ele, sua família e a cidade de Ananindeua estão sendo alvos de ataques "por interesses". O político também lamentou o ocorrido, declarou que não é investigado e que o Hospital Santa Maria "atende e salva milhares de vidas por ano."
"É lamentável que, por interesses, o aparato público e midiático de alguns seja usado para atacar a minha família e, principalmente, a nossa cidade. Não somos sequer investigados e não foram à minha residência, mas sim ao hospital que atende e salva milhares de vidas por ano", disse o prefeito de Ananindeua no X (antigo Twitter).
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Apesar da declaração, o prefeito Dr. Daniel Santos não comentou sobre os motivos apresentados pelo Ministério Público do Estado do Pará para a operação que apura desvios de recursos públicos no Hospital Santa Maria de Ananindeua.
VEJA A PUBLICAÇÃO:
ENTENDA A OPERAÇÃO
Toda a operação foi montada a partir das denúncias recebidas pelo GAECO em janeiro deste ano, que indicava a existência de um suposto esquema ilícito envolvendo um empresário, sócio-proprietário de um hospital em Ananindeua. As irregularidades envolvem, ainda, servidores públicos do Instituto de Assistência do Servidor Público do Estado do Pará (IASEP).
A denúncia afirmava que, desde o início do ano de 2019 até meados de 2023, teria sido implantado no IASEP um esquema de desvio de dinheiro público em favor do hospital investigado — confirmado pelo prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel Santos, como sendo o Hospital Santa Maria (HSMA). Os alvos da operação sofreram bloqueio e sequestro de bens e foram afastados de suas funções no IASEP, órgão responsável por garantir a assistência à saúde aos servidores públicos estaduais e seus dependentes.
O ESQUEMA
O esquema funcionaria da seguinte forma: um grupo de servidores do IASEP favorecia o hospital por meio de manipulação, de ausência e até mesmo de falsificação de auditorias das contas médicas apresentadas. Desta forma, a empresa recebia valores muito além dos serviços efetivamente prestados. Por esta razão, as contas médicas seriam superfaturadas tanto na quantidade do objeto como no preço cobrado.
A interlocução entre o grupo de servidores do IASEP e o proprietário do hospital seria outro servidor público cedido do Estado para o município de Ananindeua. Com objetivo de instruir o procedimento, foi encaminhado ofício para o IASEP para que prestasse esclarecimentos preliminares sobre os fatos delineados na representação.
O Instituto respondeu às indagações preliminares e apresentou anexos documentais comprobatórios, os quais, jungidos com os dados disponíveis em fontes de informações abertas e fechadas, foram apresentados em juízo para subsidiar o pedido das cautelares.
APREENSÃO
Nesta segunda-feira foram apreendidos documentos que podem ter ligação com os fatos investigados. A busca pelo patrimônio dos investigados, para cumprimento da ordem de bloqueio e sequestro de bens foi realizada durante o dia, assim como a comunicação de afastamento de funções públicas dos investigados que, embora exonerados do IASEP quando a fraude foi descoberta, permaneceram em funções públicas em outros órgãos.
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